O engenheiro de software Eli Lipsitz acaba de revelar seu próximo projeto: um dispositivo portátil baseado em FPGA e de código aberto, que é capaz de rodar cartuchos de Game Boy, Game Boy Color e Game Boy Advance, além de ROMs carregadas através de um cartão SD.
O ‘Game Bub’ também é compatível com o cabo de link do Game Boy, possui um sistema de vibração embutido, relógio em tempo real e a capacidade de ser expandido com outras funcionalidades no futuro. Há ainda um dock opcional que oferece saída HDMI.
O console é alimentado por um chip FPGA Xilinx XC7A100T e vem protegido por uma carcaça impressa em 3D. Em resumo, trata-se de um concorrente do Analogue Pocket, que também utiliza tecnologia FPGA e tem como foco rodar jogos de Game Boy (mas é capaz de rodar muitos outros).
No entanto, Lipsitz parece ter ressalvas em relação à maneira como a Analogue (e outras empresas) afirmam que a tecnologia FPGA é mais precisa do que a emulação por software. Ele comenta: “Há uma quantidade significativa de marketing enganoso e hype em torno do retrogaming com FPGA. Alguns alegam que dispositivos de retrogaming FPGA não são emuladores (porque supostamente ‘atuam como [o sistema] no nível do gate’), que alcançam ‘precisão perfeita’ ou que são superiores aos emuladores de software.”
O desenvolvedor prossegue afirmando que essa alegação é “claramente errada e ativamente prejudicial”. Ele acrescenta: “Dispositivos de retrogaming FPGA são emuladores: eles simulam algo que não são. E sua precisão depende de como foram programados, uma vez que são recriações. Um FPGA pode facilitar a obtenção de precisão em certos aspectos, mas não garante isso.”
Em relação aos emuladores de software, ele observa que eles podem ser extremamente precisos. Além disso, a precisão perfeita (se é que é possível) não é, de modo algum, uma exigência para jogar toda a biblioteca de um sistema. Algumas pessoas afirmam que os emuladores FPGA são a única maneira de “preservar” um sistema, mas eu argumentaria que os emuladores de software são uma forma muito mais acessível (sem necessidade de hardware especial!) para avançar nesse objetivo.
Lipsitz acredita que os emuladores FPGA têm apenas uma verdadeira vantagem em relação aos emuladores de software: eles conseguem se conectar mais facilmente ao hardware original, como cartuchos físicos ou outros consoles via cabos de link. Ele afirma ter realizado esse projeto não porque acredita que os emuladores FPGA sejam inerentemente superiores aos emuladores de software, mas porque acha que são interessantes e divertidos de construir.
Se você quiser ver como o Game Bub é feito, confira esta longa postagem.