Imagem: Damien McFerran / Time Extension Há trinta anos, a Sony lançou o primeiro PlayStation, mudando para sempre o panorama dos videogames.
Originado do infeliz projeto SNES Play Station, o console de 32 bits chegou às lojas japonesas em 3 de dezembro de 1994, pouco após o lançamento do Sega Saturn, seu principal concorrente. Enquanto o console da Sega se beneficiava da presença de Virtua Fighter, um arcade muito popular na época, a Sony contava com Ridge Racer, da Namco, um jogo que, para muitos, exemplificou o incrível avanço tecnológico em comparação aos sistemas de 16 bits que dominavam o mercado.
É importante considerar que, em 1994, a Sony não era uma aposta garantida; suas tentativas de entrar no mundo dos jogos resultaram em alguns títulos medianos (lançados pela sua marca Sony ImageSoft) e na prévia parceria fracassada com a Nintendo. Entretanto, a decisão da Nintendo de abandonar o console SNES baseado em CD-ROM, preocupada que a Sony estaria retirando uma porcentagem de cada jogo vendido, despertou um gigante adormecido.
Sob a liderança de Ken Kutaragi, o projeto PlayStation enfrentou resistência significativa internamente na Sony; no entanto, o presidente da empresa, Norio Ohga, tornou-se seu maior defensor e forneceu a Kutaragi os recursos necessários para desenvolver o console.
Dado a falta de equipes internas experientes, a Sony rapidamente buscou o apoio de importantes desenvolvedores terceirizados, como Konami, Capcom, Enix e Squaresoft. Esta última concordou em trazer sua série Final Fantasy da Nintendo, uma mudança que causaria grandes repercussões na indústria.
Imagem: Damien McFerran / Time Extension O PlayStation também revolucionou a forma como os consoles são projetados e apresentados; parecia um equipamento eletrônico de consumo mais maduro, em vez de um brinquedo para crianças. Como se poderia esperar de uma empresa famosa por suas TVs, tocadores de música portáteis e sistemas de som, os designers da Sony criaram um sistema que era consideravelmente mais atrativo esteticamente do que a concorrência.
O Saturn da Sega não conseguiu replicar sua forte performance no Japão em outras partes do mundo, e mesmo a chegada do poderoso N64 em 1996 não foi suficiente para desacelerar as vendas do PlayStation. No total, o console da Sony vendeu impressionantes 102,49 milhões de unidades globalmente, vencendo confortavelmente a batalha dos consoles e estabelecendo uma marca que continua a ser sinônimo de games até hoje.
Eu tinha 15 anos quando o PlayStation chegou em 1994. Já tinha esgotado minhas experiências com o Mega Drive e o SNES e aguardava ansiosamente pela “próxima grande novidade” após ver capturas de tela de jogos de 32 bits em revistas como CVG e EDGE. Não consigo lembrar de outro momento na indústria de jogos em que um salto tecnológico tão grande foi feito em uma única mudança de geração; passamos de 2D como norma para impressionantes gráficos em 3D.
Ironia das ironias, minha primeira experiência com essa nova geração não foi com o PlayStation, mas com o Saturn. O console da Sega foi lançado em 8 de julho de 1995 na Europa, enquanto o PlayStation só chegaria em setembro. Como um fã fervoroso da Sega, acolhi o Saturn com grande entusiasmo, e meu amor pelo console durou ao longo dos anos. No entanto, mesmo sendo cético, era difícil não ficar impressionado quando a máquina da Sony chegou junto com títulos como Ridge Racer, WipEout e Jumping Flash. O poder em 3D da plataforma era evidente, e essa percepção só se tornou mais clara ao longo dos anos, com o lançamento de jogos como Gran Turismo, Ridge Racer Type 4 e Metal Gear Solid.
A Sony sucedeu o PlayStation com o PS2, um console que teve ainda mais sucesso comercial – mas foi a plataforma de 32 bits que lançou as bases para uma dinastia dos videogames.