É seguro afirmar que Stories from Sol: The Gun Dog causa uma forte impressão. Criado por um grupo internacional de desenvolvedores chamado Space Colony Studios e lançado com o apoio da editora global Astrolabe Games, este jogo de aventura de temática sci-fi é uma homenagem ao computador pessoal NEC PC-98 e ao anime dos anos 80 e 90. O jogo conta com uma bela arte em pixel, uma narrativa repleta de personagens peculiares, maravilhosos e expressivos, além de uma infinidade de tecnologia retrofuturista e robôs gigantes.
Para mim, foi a combinação perfeita de elementos que imediatamente capturou minha atenção. Estou contente em relatar que, após completar o jogo várias vezes, ele conseguiu corresponder às minhas expectativas iniciais, mesmo que eu tenha algumas melhorias em mente para tornar a experiência ainda mais fluida.
Em Stories from Sol, os jogadores assumem o papel do novo oficial de segurança a bordo da The Gun-Dog, uma pequena embarcação militar tripulada por um grupo de desajustados, com a missão de se encontrar com os colegas a bordo da The O’Brien. No entanto, as coisas começam a dar errado quando a The O’Brien deixa de responder, forçando os jogadores a desvendar uma conspiração envolvendo um saboteur desconhecido.
Além disso, há uma subplot que foca no envolvimento anterior do seu personagem em uma operação militar mal-sucedida, assim como suas experiências com PTSD e um romance com o tenente comandante da nave. Esses elementos ajudam a adicionar profundidade à história e resultam em recompensas emocionais satisfatórias.
A narrativa é principalmente transmitida através de texto exibido no fundo da tela, com algumas ramificações na história baseadas nas conversas com a tripulação ou nas ações que você decide realizar. Por exemplo, se você reagir de certa forma em uma conversa específica, alguns membros da tripulação poderão se tornar desconfiados de você, alterando ligeiramente a história e levando-o a um caminho temporariamente diferente pelos interiores da nave.
Acredito que esses caminhos são uma excelente forma de descobrir um contexto adicional sobre os eventos misteriosos que ocorrem a bordo, embora frequentemente se reúnam em um próximo ponto lógico da história. Em outras palavras, essas rotas não servem para reverter fundamentalmente a narrativa, como ocorre em alguns outros jogos de aventura, mas sim para mudar a expressão de como você resolve tarefas específicas frente a um problema e como essas decisões impactam cada membro da tripulação.
Além dessas opções de diálogo, o jogo também apresenta alguns quebra-cabeças leves relacionados a inventário, que merecem ser mencionados, assim como alguns minigames de hacking que encontrei, onde eu tinha que redirecionar o fluxo de eletricidade. Contudo, esses momentos são relativamente raros, então não espere ter que combinar itens do inventário com frequência para criar dispositivos de resolução de quebra-cabeças. Este não é esse tipo de jogo; a emoção vem de ver a história se desenvolver, conhecer os diferentes personagens e ponderar suas escolhas à medida que as circunstâncias se tornam mais complicadas.
Quanto a recursos adicionais, gostaria de destacar especialmente o modo gráfico do jogo, que pode ser encontrado nas opções. Ele permite que você escolha entre três estilos diferentes de arte em pixel: doujin, studio e vivid. O modo doujin parece ser baseado na arte da demonstração inicial de 2023, enquanto o modo studio é o mesmo que o vivid, mas representado em uma paleta estilo Game Boy DMG. É um ótimo recurso que eu aproveitei muito, alternando entre os modos para ver os designs anteriores dos personagens.
Na verdade, durante minha experiência com Stories from Sol: The Gun-Dog, encontrei apenas algumas falhas, sendo a primeira delas o tamanho do texto. Até onde eu sei, atualmente não há como alterar o tamanho do texto no jogo, com a única opção disponível sendo a de mudar a “velocidade do texto”. Eu consigo ver isso se tornando um problema para algumas pessoas, já que há momentos em que blocos maiores de texto são exibidos em uma fonte menor para caber na tela, o que pode ser difícil de ler à distância.
Além disso, existem outras situações semelhantes onde sinto que o jogo poderia melhorar. Por exemplo, atualmente, o jogo não inclui um registro de texto para consultas — um recurso padrão em muitas novelas visuais modernas — optando em vez disso por fazer com que os jogadores utilizem os botões ZR e ZL no Switch para navegar pelas páginas de diálogo. Isso parecia um pouco inelegante em certos momentos e me fez desejar uma forma de ver mais da conversa na tela ao mesmo tempo, pois era fácil pular para trás e para frente acidentalmente e acabar se perdendo no diálogo. Também não há um recurso direto de “Continuar”, o que significa que você precisa acessar seus saves toda vez que desejar carregar um arquivo anterior. Mas, neste ponto, talvez eu esteja sendo exigente demais.
Conclusão
Stories from Sol: The Gun-Dog é um sólido jogo de aventura e provavelmente valerá a pena para quem se interessar em embarcar nesta jornada. Espero que ele tenha sucesso suficiente para justificar futuras entradas na série, pois seria incrível ver os desenvolvedores expandindo ainda mais seu mundo e personagens nos anos seguintes.