Imagem: Thirdverse
A Konami tem revitalizado a franquia Contra recentemente com o lançamento de Contra: Operation Galuga, e o famoso jogo de run-and-gun está ganhando mais visibilidade graças a uma colaboração com o estúdio japonês Thirdverse, que promete lançar um shooter de heróis em VR gratuito chamado Contra: Super Wall Storm.
“Para mim, que cresci jogando o Contra original, essa parceria com a Konami é extremamente especial”, declara Dax Berg, vice-presidente da Thirdverse, em uma entrevista sobre o lançamento programado para 12 de dezembro. “Ainda me lembro de correr até a casa do meu amigo Jason na escola para jogar Contra em cooperação no NES dele. Esses momentos marcaram uma geração de jogadores, e quando Contra: Operation Galuga foi lançado este ano, eu joguei no dia do lançamento e achei uma excelente modernização da franquia.”
Neste novo crossover, os protagonistas de Contra, Bill e Lance, ingressam no “reino digital” de X8 através da IA rebelde Index. “No nosso universo de história, esses personagens mantêm suas identidades e até suas consciências”, explica Berg. “Eles percebem que têm vivido em uma simulação de jogo, ou, em alguns casos, já sabem disso há muito tempo.” Enquanto Operation Galuga, da Wayforward, foi uma extensão do modelo tradicional de Contra, a colaboração com X8 leva a série em uma direção completamente nova – uma mudança que Berg e sua equipe consideraram cuidadosamente.
“Trazer Contra para a VR foi um desafio e uma oportunidade incríveis”, comenta. “O jogo original é o típico shooter run-and-gun. Para nossa adaptação em VR, queríamos capturar a sensação de um nível de chefe clássico de shmup e transformá-la em uma experiência completa de VR. Contudo, a transição de 2D para VR não é uma tarefa simples.”
De fato, a mudança de 2D para VR imersiva é notoriamente desafiadora. “Em um shmup tradicional, os jogadores veem todo o campo de jogo de uma só vez”, continua Berg. “No modo VR em primeira pessoa, isso não é prático. Temos ataques que vêm do nível dos olhos de vários bots, ataques de Birdmen que surgem de cima e ataques de mísseis Barrage que vêm diretamente de cima, com indicações que podem estar logo abaixo do jogador. Aqueles que desejam avançar precisam ser capazes de observar vários níveis de ação para ver de onde os ataques específicos estão vindo. O som desempenha um papel fundamental aqui, ensinando o jogador onde olhar e quando.”
A Konami enfrentou dificuldades para adaptar Contra para o 3D em mais de uma ocasião. Tentativas como Contra: Legacy of War, C: The Contra Adventure e, mais recentemente, Contra: Rogue Corps, demonstraram repetidamente que essa franquia parece pertencer à dimensão bidimensional – então, como esta colaboração em VR irá mudar isso?
“Um dos aspectos dos quais mais me orgulho é como projetamos a jogabilidade para que se sinta intuitiva e física”, explica Berg. “Os jogadores podem se agachar fisicamente atrás de coberturas e usar lançadores de luvas no jogo para desviar, pular e dar duplos saltos ao mover as mãos em um movimento sincronizado com um lançamento. Existem muitas combinações de movimentos que parecem bem naturais.” Os ataques finais também podem ser usados para eliminar inimigos enfraquecidos.
Outro traço característico da série Contra é seu nível de dificuldade, e isso é algo que Contra: Super Wall Storm pretende replicar. “Será necessário jogar várias vezes apenas para entender como cada inimigo interage”, afirma Berg. “Os jogadores podem não conseguir chegar ao Super Wall até entenderem como pular, desviar e usar finalizações eficazes. Dito isso, mesmo após derrotar o Super Wall, os jogadores receberão uma pontuação de classificação ao final. Será impossível alcançar uma classificação A, S ou S+ sem encontrar (e destruir) alvos raros de dificuldade que, ao serem eliminados, farão avançar a onda. Eles precisarão dominar as ondas bônus para obter essas altas classificações.”
No entanto, a acessibilidade também é uma preocupação para Berg e sua equipe, e existe o desejo de tornar Super Wall Storm acolhedor e desafiador. “Para os jogadores que não conseguem alcançar essas classificações mais altas – no momento eu sou um deles – ainda há a jogabilidade repetitiva com nosso sistema de prêmios no Contra / Freeplay Park. Cada vez que você derrota o Super Wall, cada jogador poderá desbloquear um crédito de finalização. Com créditos suficientes, os jogadores podem acessar prêmios legais para usar no Freeplay Park. Isso se inspira em como as arcadas e os centros de skeeball utilizam prêmios para os jogadores.”
Berg menciona que a Konami abraçou totalmente o potencial dessa colaboração e tem sido “incrível trabalhar com eles”, o que pode ter relação com o fato de a Thirdverse ser uma empresa japonesa única no campo da VR. “Desde o início, eles compartilharam nossa visão de ver Contra em VR e decidiram que uma empresa japonesa estabelecida no campo da VR como a Thirdverse seria a desenvolvedora ideal para isso”, diz Berg. “Adaptamos alguns dos inimigos Red Falcon para funcionarem melhor em VR, e incluímos várias referências nostálgicas para fãs de longa data.”
No final, Berg acredita que, em vez de ser um artifício, Super Wall Storm representa um passo evolutivo tanto para os jogos de ação em VR quanto para Contra em si. “Abordamos Contra: Super Wall Storm com foco no passado, presente e futuro do estilo de jogo”, afirma. “O Contra original lançou as bases, Contra: Operation Galuga desenvolveu isso com inovações modernas este ano, e agora Contra: Super Wall Storm é uma visão do futuro de como novas plataformas de jogo e VR podem expandir a franquia. Os elementos mais novos são a visão totalmente imersiva que você tem em VR e a interatividade física que um jogador tem ao interagir com o mundo. Essas são experiências que você só pode ter na VR.”
E, finalmente, a pergunta mais importante de todas: Super Wall Storm contará com o famoso código Konami? “Espero que sempre haja um Código Konami em cada jogo de Contra lançado”, responde Berg com um sorriso.
A expansão Contra: Super Wall Storm para X8 será lançada em 12 de dezembro de 2024. O X8 já está disponível no Steam VR, Meta Quest e Pico VR, mas espera-se que chegue ao PSVR2 no futuro.