Imagens de uma parte de um foguete japonês localizada no espaço foram reveladas nesta quarta-feira (31) pela empresa Astroscale. As fotos foram obtidas durante uma operação que investiga as possibilidades de recolhimento de detritos espaciais, que antecederá uma missão destinada a removê-los.
O fragmento não estava previsto e representa — assim como o restante do lixo espacial — ameaças para os satélites e para a Estação Espacial Internacional (ISS). As fotos podem fornecer dados cruciais para a operação de recolhimento do objeto, que é do tamanho de um ônibus e pesa cerca de três toneladas. Confira abaixo.
As imagens foram capturadas nos dias 15 e 16 de julho durante dois voos que representaram um marco significativo para a missão japonesa. As fotografias mostraram a parte do foguete sob diferentes intensidades de luz solar e em diversos ângulos.
“Os objetos que não foram projetados para estarem em órbita não têm tecnologias que permitam acoplamento, manutenções ou remoção, o que torna as operações mais complexas. Os dados coletados a partir dessas imagens proporcionarão informações fundamentais que apoiarão uma futura missão de captura e remoção do objeto”, declarou o comunicado da Astroscale à imprensa.
A iniciativa do programa japonês, intitulada Demonstração Comercial de Remoção de Detritos (CRD2), está atualmente em sua fase inicial, sendo realizada pela espaçonave Adras-J, da Astroscale.
O veículo foi escolhido pela Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa) para demonstrar tecnologias viáveis para a remoção de grandes detritos do espaço.
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), há mais de 170 milhões de pedaços de lixo maiores que 1 milímetro em órbita, representando riscos para satélites e para a Estação Espacial Internacional.
A segunda fase, que também será conduzida pela Astroscale, dará início ao processo de remoção dos detritos em órbita da Terra. “O desenvolvimento da espaçonave Adras-J2 está em andamento, e a experiência adquirida pela Adras-J, junto com os dados coletados, será fundamental para a fase de remoção do programa”, destacou o comunicado.
As três operações de voos mostraram que não houve danos significativos ao mecanismo de fixação da carga útil, que é o ponto designado para a captura na missão Adras-J2”, explicou a nota.